Na regiao da represa de Guarapiranga localizada na area metropolitana de Sao Paulo, tem sido relatados casos humanos de Febre Maculosa Brasileira (FMB), uma doenca transmitida por carrapatos causada pela… Click to show full abstract
Na regiao da represa de Guarapiranga localizada na area metropolitana de Sao Paulo, tem sido relatados casos humanos de Febre Maculosa Brasileira (FMB), uma doenca transmitida por carrapatos causada pela bacteria Rickettsia rickettsii. Nesta area de estudo, R. rickettsii e conhecida por ser transmitida aos seres humanos pelo Amblyomma aureolatum, um carrapato de cao que nao esta associado a cavalos. Em outras areas endemicas da FMB, a transmissao de R. rickettsii esta associada ao Amblyomma sculptum, uma especie de carrapato que normalmente infesta capivaras e cavalos. A represa de Guarapiranga possui populacoes abundantes de capivaras e cavalos; no entanto, como nada se sabe sobre um possivel ciclo de transmissao de R. rickettsii por A. sculptum nessa area, este estudo avaliou essa transmissao realizando um levantamento sorologico em cavalos que vivem na regiao da represa de Guarapiranga. Um total de 206 equideos que vivem nas margens da represa de Guarapiranga foram testados sorologicamente para cinco especies de Rickettsia, sendo quatro do grupo da FMB (R. rickettsii, R. parkeri, R. amblyommatis, R. rhipicephali) e um do grupo basal (R. bellii). No geral, 171 (83%) equideos reagiram positivamente a pelo menos uma especie de Rickettsia. Um total de 160 (78%), 123 (60%), 80 (39%), 72 (35%) e 71 (34%), reagiram a R. bellii, R. rickettsii, R. parkeri, R. rhipicephali e R. amblyommatis, respectivamente, com titulos finais variando de 64 a 1024 para R. bellii e 64 a 512 para as quatro especies restantes de Rickettsia. Os titulos finais para R. bellii (mediana: 256) foram significativamente maiores (P <0,05) do que os titulos para as outras quatro especies de Rickettsia, para os quais os valores medianos variaram de 64 a 128. Um total de 65 (32%) equideos, os soros mostraram titulos finais para R. bellii pelo menos quatro vezes maior que os de qualquer um dos outros quatro antigenos, indicando que eles foram expostos a R. bellii ou a uma especie muito proxima. Os resultados obtidos fornecem evidencias sorologicas de que os equideos amostrados nao eram frequentemente expostos a carrapatos infectados por R. rickettsii. Como os cavalos sao um sentinela altamente adequado para a transmissao de R. rickettsii por A. sculptum, a conclusao obtida foi que essa especie de carrapato nao tem papel epidemiologico na transmissao da bacteria na area endemica de FMB da represa de Guarapiranga na regiao metropolitana de Sao Paulo.
               
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