LAUSR.org creates dashboard-style pages of related content for over 1.5 million academic articles. Sign Up to like articles & get recommendations!

Border policies and health of refugee populations.

Photo by steghe from unsplash

Cad. Saúde Pública 2018; 34(4):e00006018 A atual “crise de refugiados” tem sido considerada a mais grave crise humanitária das últimas décadas, com mais de 22 milhões de refugiados ao redor… Click to show full abstract

Cad. Saúde Pública 2018; 34(4):e00006018 A atual “crise de refugiados” tem sido considerada a mais grave crise humanitária das últimas décadas, com mais de 22 milhões de refugiados ao redor do mundo, a maioria deles originária da Síria (5,5 milhões), Afeganistão (2,5 milhões) e Sudão (1,4 milhão) 1. Muita atenção midiática foi dedicada, nos últimos anos, à chegada de refugiados às fronteiras europeias – em especial, à Grécia e à Itália. No entanto, as cerca de 2 milhões de pessoas que chegaram à Europa são proporcionalmente poucas se comparadas às que estão no Líbano (1,1 milhão), no Paquistão (1,4 milhão) ou na Turquia (2,9 milhões) 1. Atualmente, a vasta maioria de pessoas em situação de deslocamento forçado (internacional ou nacional) se encontra em países do Sul global, 67% delas na África, Ásia e Oriente Médio 1. Embora o deslocamento forçado de populações provavelmente seja tão antigo quanto a própria guerra, a maioria de mecanismos legais sobre o tema é recente, originados pouco depois da Segunda Guerra Mundial. A convenção da Organização das Nações Unidas sobre refugiados, do ano 1951, continua a ser a principal referência, e define um refugiado como alguém que precisa cruzar fronteiras internacionais por um medo fundamentado de sofrer perseguição com base na sua raça, religião, nacionalidade, opinião política ou participação em determinado grupo social 2. A convenção foi criada em um contexto histórico em que milhões de europeus haviam buscado asilo ao redor do mundo; porém, nos anos 1980, a direção inverteu, com um aumento acentuado dos fluxos originados de países do Sul para o Norte do mundo 3,4,5. Consolidou-se, a partir dali, o chamado regime de “não-entrada”. Uma vez que muitas das práticas iniciais desse regime foram contestadas legalmente – e condenadas – ao longo das últimas décadas, vários dos países ditos desenvolvidos passaram a esquivar-se destas derrotas “terceirizando” as suas políticas de controle fronteiriço. A última geração de políticas está ancorada nos territórios ao redor da Europa e se foca na contenção de refugiados – e migrantes – nas suas regiões de origem ou em países de trânsito, por intermédio da colaboração cada vez mais intensa com países como a Turquia ou a Líbia 6. Para isso, mobilizam-se diversas estratégias: construção de prisões, assistência técnica, transferência de tecnologia, entre outras. Tais políticas dão forma ao trajeto que é preciso percorrer para a obtenção de asilo. Ter em mente esses trajetos quando falamos de saúde da população refugiada é essencial, pois muitos dos riscos e desfechos de saúde estão relacionados aos espaços, tempos e instituições que compõem o regime de “não-entrada”: países de origem e de trânsito, a fronteira, o campo, o “asylum office”, por vezes o centro de detenção ou a deportação. 1 Instituto de Migraciones, Universitad de Granada, Ogíjares, España.

Keywords: pol ticas; milh; que; com; border policies

Journal Title: Cadernos de saude publica
Year Published: 2018

Link to full text (if available)


Share on Social Media:                               Sign Up to like & get
recommendations!

Related content

More Information              News              Social Media              Video              Recommended



                Click one of the above tabs to view related content.