Este ensaio discute as repercussoes da pandemia COVID-19 na relacao trabalho e saude, sob a perspectiva do risco e vulnerabilidade de trabalhadores. A pandemia tem se configurado como uma crise… Click to show full abstract
Este ensaio discute as repercussoes da pandemia COVID-19 na relacao trabalho e saude, sob a perspectiva do risco e vulnerabilidade de trabalhadores. A pandemia tem se configurado como uma crise humanitaria, uma vez que tanto a doenca quanto as medidas de contencao desta geram efeitos socioeconomicos persistentes. Nesse contexto, a categoria trabalho assume um papel relevante, seja pela viabilidade de manutencao do distanciamento social e das condicoes de vida permitidas pelo vinculo de trabalho, seja pela impossibilidade de adocao das estrategias de protecao devido a precarizacao do trabalho. A construcao do ensaio iniciou com base numa revisao da literatura na interface COVID-19 e saude dos trabalhadores, realizada de dezembro de 2019 a abril de 2020, nas bases PubMed, BIREME, Cochrane Library, medRxiv e LitCovid, bem como da literatura cinza. Profissionais de saude sao mais acometidos, mas tambem com maior acesso ao diagnostico, persistindo lacunas sobre as demais categorias profissionais, bem como sobre os determinantes sociais que implicam uma maior vulnerabilidade relacionada ao trabalho. A pandemia coincide no Brasil com uma conjuntura na qual trabalhadoras(es) acumulam perdas relevantes de direitos trabalhistas e previdenciarios, somadas as desigualdades sociais preexistentes, ao exemplo de precariedade de moradia, com maiores exposicao e risco. Embora a evolucao da pandemia ainda esteja em curso, preve-se que as desigualdades sociais se intensificarao com a profunda retracao da economia, e trabalhadores devem ser alvo prioritario da atencao no controle e disseminacao da doenca, alem de eixo articulador das politicas publicas de protecao social e a saude.
               
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